Pernambuco terá ‘Dia C’ para acelerar vacinação de crianças contra Covid-19

André Longo e Ana Catarina de Melo

Com uma a cada quatro crianças vacinadas com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, Pernambuco terá, na próxima semana, mobilizações em conjunto entre o Estado e os municípios para acelerar a proteção da população de 5 a 11 anos. A ação deve incluir diversos locais de circulação dos menores, especialmente as escolas, e culminará com um “Dia C”, em 26 de fevereiro.

A informação foi reada pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16). Os atuais números indicam que 300.979 crianças de 5 a 11 anos receberam a primeira dose no Estado, o que representa uma cobertura de 25,45%.

André Longo classificou a atual cobertura vacinal na faixa pediátrica como baixa, o que representa um risco para a sociedade. “Para proteger nossos pequenos, pactuamos com os municípios uma grande mobilização para tentar acelerar a imunização”, disse.

A superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo, informou que o Estado deve receber, nesta sexta-feira (18), cerca de 227 mil doses pediátricas da Pfizer e da CoronaVac. Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) já distribuiu 640.380 doses de vacinas contra a Covid-19.

“Os municípios precisam, nesta semana que antecede [a mobilização] se organizar para realizar vacinação nas escolas e áreas de difícil o”, disse. Ana acrescentou que a avaliação do Estado é que a campanha pediátrica, um mês após seu início, é lenta.

As melhores coberturas de vacinação infantil, segundo a superintendente, estão no Sertão do Estado. A maior taxa é na VII Gerência Regional de Saúde (Geres), com sede em Salgueiro: 46%.

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Covid-19: Pernambuco autoriza 4ª dose para adolescentes imunossuprimidos

Vacina da Pfizer contra a Covid-19

Pernambuco autorizou a aplicação de uma quarta dose da vacina contra Covid-19 em adolescentes imunossuprimidos. A recomendação abrange também gestantes e puérperas com alto grau de imunossupressão.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) explicou que o novo direcionamento foi discutido e aprovado no “Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação, e ou por pactuação junto aos gestores municipais na Comissão Intergestores Bipartite (CIB)”.

Em 20 de dezembro, o Ministério da Saúde havia liberado a dose adicional para os adultos imunossuprimidos. E em 9 de fevereiro, a autorização foi estendida aos adolescentes de 12 a 17 anos. A liberação para essa faixa etária foi dada em Pernambuco nessa terça-feira (15).

Segundo a pasta federal, todos nessas condições podem receber a dose de reforço a partir de quatro meses após a última dose do esquema vacinal, ou seja, duas doses mais terceira dose. O intervalo vale para qualquer imunizante que a pessoa tenha recebido antes.

Para os adultos, a preferência de uso é para a vacina da Pfizer. Caso não haja disponibilidade, pode ser aplicada uma vacina de vetor viral, como a AstraZeneca ou a Janssen. Já para os adolescentes, a nota técnica da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) cita que é obrigatória à utilização da Pfizer.

De acordo com o médico infectologista da Infectovita e Internet Soluções de Saúde, Raphael dos Anjos, a população imunossuprimida apresenta uma resposta contra infecções menos eficaz.

“É muito importante à vacinação para os imunossuprimidos, porque a chance do desenvolvimento de doenças graves é muito maior do que a população que não é imunossuprimida, por isso que essas pessoas são prioridades para a tomada da vacina. Os estudos mostram que as pessoas que tomam a quarta dose apresentam uma resposta imunológica superior às pessoas que tomaram até a terceira dose”, destacou.

4ª dose em Pernambuco

A adesão à quarta dose entre os adultos em Pernambuco até agora é baixa. Dados da SES-PE indicam que menos de 2 mil pessoas com 18 anos ou mais receberam a dose adicional.

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Lucas Ramos celebra início da implantação da nova Casa de Parto Normal do Cisam

Da Assessoria

As gestantes pernambucanas contarão com uma nova unidade de Saúde dedicada a partos normais e humanizados. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), da Universidade de Pernambuco (UPE), avança com a construção da sua Casa de Parto. O secretário Lucas Ramos, de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), assinou, nesta segunda-feira (14), junto com o secretário de Saúde, André Longo, o reitor da UPE, Pedro Falcão, e o diretor do Cisam, Olímpio Moraes, a ordem de serviço para construção do empreendimento. O investimento é de R$ 3,75 milhões e o prazo estimado de conclusão é de 12 meses.

Os aportes também alcançam a construção da Casa da Gestante, Puérpera e Bebê e a reforma e ampliação da Emergência Obstétrica e Ginecológica, com destaque para adequação da área de atendimento a mulheres vítimas de violência. São mais de 800 metros quadrados de novas edificações e melhorias na infraestrutura do Cisam.

“Hoje estamos dando início à realização de um sonho. Garantir que as pacientes do Cisam consideradas de baixo risco e que buscam o parto normal sejam acolhidas de uma maneira ainda melhor, inteiramente humanizada, por uma equipe de profissionais qualificados, formados dentro da unidade. Um investimento que comprova que o Complexo Hospitalar Dr. Ênio Lustosa Cantarelli é uma prioridade para o Governo de Pernambuco, que tem o compromisso com a melhoria contínua na qualidade do atendimento à Saúde prestado pelas equipes da UPE”, destacou o secretário Lucas Ramos.

A nova Casa de Parto Normal contará com cinco quartos, uma área para recém-nascidos e um solário, além de toda infraestrutura istrativa e de e para os profissionais. A Casa da Gestante também contará com cinco quartos, com capacidade para receber quatro pacientes cada, integrados a uma área de convivência. Já as intervenções de reforma consistem na adequação das salas de observação, ampliação de consultórios e do posto de enfermagem, além da expansão da recepção para mulheres vítimas de violência, que precisam de atendimento especial.

Perto de completar um mês da vacinação infantil contra Covid, Pernambuco imuniza menos de 20% das crianças com a primeira dose

DANIEL TAVARES/PCR

Por Cinthya Leite/JC

Pernambuco chega, neste domingo (13), ao percentual de 19,8% das crianças de 5 a 11 anos de idade vacinadas com pelo menos uma dose da vacina contra Covid-19. Na próxima terça-feira (15), o Estado completa um mês do início da imunização desse público, enfrentando ainda muitos obstáculos para vacinar essa faixa etária. A lentidão para aplicar as doses nas crianças ocorre devido a vários fatores, como dificuldade de o aos locais onde é feita a imunização, poucos locais para a aplicação das doses para esse público, receios de pais vacinarem seus filhos e disseminação de notícias falsas (fake news), o que contribui para a hesitação vacinal infantil.

Segundo o de Acompanhamento Vacinal, do governo de Pernambuco, são 1.182.44 crianças de 5 a 11 anos residentes no Estado. Desse total, 234.293 iniciaram o esquema vacinal, o que corresponde a 19,81% desse grupo etário. Até o último dia 10, o Programa Estadual de Imunização (PEI-PE), do Ministério da Saúde, recebeu 640.380 doses de vacinas (Pfizer pediátrica e CoronaVac) para os pequenos de 5 a 11 anos. Dessa maneira, Pernambuco só aplicou 36,5% das doses recebidas para essa faixa etária.

Em reunião com prefeitos na última quinta-feira (10), durante assembleia extraordinária da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o secretário Estadual de Saúde, André Longo, destacou a necessidade de os municípios intensificarem a vacinação, principalmente quanto ao público infantil. “Precisamos adiantar o processo de vacinação nas crianças a partir dos 5 anos de idade. Sabemos que há resistência por parte dos pais e responsáveis, mas não podemos retroceder neste aspecto. É muito importante que o estímulo à vacinação seja trabalhado pelos municípios e pelas secretarias municipais de saúde junto às famílias e, sobretudo, no ambiente das escolas públicas, sendo utilizadas como espaços para a imunização de crianças e adolescentes”, disse Longo.

No Recife, até o momento, foi vacinado contra a Covid-19 um total de 37.274 crianças entre cinco e 11 anos, o que representa menos de um quarto (23,3%) de cobertura vacinal. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, baseada no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital pernambucana tem 159.558 crianças nesta faixa etária.

Para acelerar a imunização desse público, a Prefeitura do Recife lançou, na sexta-feira (11), o Parquinho da Vacina, ação itinerante voltada às crianças de 5 a 11 anos e que conta com um miniparque de diversões para atrair os pequenos. No sábado (12), o Parquinho da Vacina esteve na Creche Municipal Esperança, nos Torrões, Zona Norte da cidade; no domingo (13), na Escola de Referência em Ensino Fundamental CAIC Creusa Barreto Dornelas Câmara, em Santa Luzia, na Torre, Zona Oeste.

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Remédios à base de cannabis avançam nas farmácias

Já chega a 11 o número de remédios à base de cannabis autorizados pela Anvisa para a venda em farmácias no Brasil.

Nem todos foram colocados no varejo ainda, mas há previsão para o segundo trimestre, segundo a BRCann (associação que reúne empresas com atuação na área). Cinco deles já começaram a ser distribuídos.

“Neste ano, os médicos terão cinco opções nas prateleiras. Os remédios nas farmácias deixam médicos mais a vontade para prescrever”, afirma Tarso Araújo, diretor-executivo da BRCann.

Apesar do aumento da oferta, ainda é difícil estimar o patamar de preços, segundo ele. “Os produtos não estão sujeitos ao controle de preços de remédios registrados. Esses valores ainda são uma incógnita”, diz.

“Não é hora de baixar a guarda”, dizem as academias de Medicina e Ciências de Pernambuco, em nota conjunta sobre a pandemia

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

A Academia Pernambucana de Medicina e a Academia Pernambucana de Ciências, publicaram nota conjunta neste sábado (12), demonstrando preocupação com o avanço da covid-19 no Estado. O texto alerta sobre as consequências da doença e o quadro de pós-infecção causado pelo vírus. O documento afirma que muitos distúrbios metabólicos, neurológicos, reumáticos, auditivos e visuais vêm
alarmando especialistas. No caso das crianças infectadas, merece atenção a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, com duração de
vários meses após a alta hospitalar. O problema tem provocando sofrimento e até morte de crianças.

“Não se sabe ainda as extensões dos danos futuros causados pela infecção por SARS-Cov-2, o que causa enorme preocupação em relação aos possíveis danos físicos e mentais pós-infecção. Apesar da inegável redução dos danos da doença, entre as pessoas completamente vacinadas, as vacinas disponíveis não são capazes de controlar totalmente a disseminação do vírus, principalmente de suas variantes, como a ômicron. Por este motivo é fundamental que toda a população elegível para vacinação procure os postos de saúde, para manter sua vacinação em dia”, diz o texto.

A nota também corrobora a decisão do governo de Pernambuco de suspender o Carnaval e apela à população que evite aglomerações.

Veja o conteúdo completo da nota: 

A pandemia continua: essencial preservar vidas

Nota das Academias Pernambucana de Ciências (APC) e de Medicina (APM)

O momento atual é muito desafiador em relação ao número de casos de pessoas infectadas pelo SARS-Cov-2 aumentando em todo o mundo, com mais de 2.5 milhões de casos por dia. Em Pernambuco, a Secretaria de Saúde está abrindo semanalmente leitos de enfermaria e de UTI, e mesmo assim a taxa de ocupação continua acima de 80%, situação que vem se agravando em todo o País. Após uma aparente calmaria, o número de óbitos vem aumentando de forma acentuada, ultraando 1000 mortes no Brasil e 12 mil mortes no mundo diariamente. O crescimento exponencial nos casos de COVID-19 gera uma situação inaceitável, impactando nos serviços e na qualidade de vida das pessoas (com ênfase nos, tão sacrificados, profissionais de saúde). Muitos distúrbios metabólicos, neurológicos, reumáticos, auditivos e visuais, observados como consequência da doença, vem alarmando especialistas.

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Maioria das mortes hoje é de pacientes não vacinados, indicam dados dos estados

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G1

Quem são as pessoas que estão morrendo por coronavírus em 2022? Qual o impacto exato da vacinação na prevenção das mortes? Não há um levantamento do Ministério do Saúde sobre o tema. Mas diferentes dados de secretarias estaduais de saúde confirmam o alerta de especialistas:

  • os não vacinados são a maioria das vítimas pela doença nesta atual fase da pandemia.

Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo divulgaram dados de diferentes tipos que confirmam a efetividade da vacina (veja destaques abaixo). Por exemplo, Santa Catarina apontou que o risco de idosos não vacinados ou com vacinação incompleta morrer de Covid foi 47 vezes maior do que naqueles que já receberam a dose de reforço.

Para Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), os dados já refletem uma verdade que, para ele, é consistente. O fato de terem metodologias diferentes não muda o que eles indicam.

“Baseado no que tem sido divulgado, tanto por secretarias estaduais, quanto por outros países, o que tem sido observado é exatamente isso: a imensa maioria das internações mais graves não tem o esquema vacinal completo”, afirma Juarez Cunha.

Ethel Maciel explica que, mesmo sendo pesquisadora, não está conseguindo ar as taxas de mortalidade relacionadas ao coronavírus em vacinados e não vacinados. ” É preciso ter dado com essa informação e não temos abertos”, explica a professora da Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins.

A dificuldade para os pesquisadores está na falta de integração entre os sistemas federais que consolidam dados de vacinação e os de casos e mortes por Covid, dificuldade para a qual o Ministério da Saúde não ofereceu alternativa e não realizou estudos próprios.

O G1 entrou em contato com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que sinalizou que também não tem um levantamento nacional a respeito do assunto. Já o ministério disse que estaria levantando as informações junto à área técnica, mas, até a publicação desta reportagem, não havia enviado as informações.

Veja abaixo dados estaduais:

Amazonas

No Amazonas, estado que nos últimos dois janeiros pandêmicos viu o número de casos e mortes do coronavírus disparar. A diferença em comparação com o ano ado é brusca: no primeiro mês de 2021, o estado havia perdido 3.556 pessoas para a Covid-19. Neste ano, até 3 de fevereiro, a Secretaria de Estado de Saúde aponta 152 mortes pela Covid-19.

Dentre elas, 62,5% não tinham se vacinado ou completado o esquema de imunização. Wilson Lima, governador do estado, diz que os “números confirmam que a gente está no caminho certo, incentivando a vacinação”.

Dentre os estados que já contabilizaram seus dados, o Amazonas tem um dos índices mais baixos – 6 a cada 10 mortes — em outras regiões, os não vacinados somam percentuais maiores:

Rio Grande do Sul

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Vício em games é reconhecido como doença pela OMS; conheça os sinais do distúrbio

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Folha de Pernambuco

Agora é oficial. O chamado distúrbio de games é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O que sacramentou a decisão foi à publicação no mês ado de uma versão atualizada da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, chamada CID-11.

Nela, o problema é definido como um padrão de comportamento caracterizado pela perda de controle sobre o tempo de jogo, sobre a prioridade dada aos jogos em relação a outras atividades importantes e a decisão de continuar de frente à tela apesar de consequências negativas.

O diagnóstico é dado quando os prejuízos afetam de forma significativa as áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais e ocupacionais ao longo de cerca de 12 meses. A descrição lembra você? Ou alguém muito próximo?

— Esse é um problema que já vem ocorrendo há muito tempo, mas que piorou. Hoje, a quantidade de jovens que am horas e até dias na frente do videogame aumentou muito, relata o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

Ele conta o caso de um paciente que chegava a ficar 55 horas seguidas conectado. Não levantava nem para ir ao banheiro, fazendo as necessidades nas calças. Outras pessoas param de tomar banho, se afastam dos amigos, perdem o emprego ou o total interesse pelo estudo.

Uma boa parte do problema está no modelo de negócios das desenvolvedoras de games, setor aquecido por recentes aquisições bilionárias por parte das big techs. Dizem que não precisa pagar para começar a jogar.

Mas quanto mais tempo elas mantêm os clientes engajados, mais conseguem vender “vantagens”. Por isso, analisam constantemente o comportamento dos usuários e testam novas maneiras para evitar que desliguem ou façam outra coisa.

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Número de profissionais de saúde com Covid-19 sobe 284% em duas semanas em Pernambuco

Somente na semana ada, 809 profissionais de saúde foram diagnosticados com Covid-19 em Pernambuco — Foto: Reprodução/TV Globo

As infecções por Covid-19 provocadas pela variante ômicron tiveram impacto na rotina de muitos trabalhadores de saúde. Dados da Secretaria Estadual (SES-PE) apontam um aumento de 284% no número de profissionais doentes, em duas semanas. É o recorde na média móvel de casos em profissionais de saúde desde o início de 2021.

Nesta sexta-feira (04) a média era de 146 confirmações por dia. No dia 21 de janeiro, Pernambuco registrou uma média de 38 casos de Covid em profissionais de saúde.

O afastamento do trabalho de centenas de profissionais de saúde por suspeita ou confirmação da Covid-19 tem afetado o atendimento nas unidades de saúde de Pernambuco.

Na semana ada, 809 deles foram diagnosticados por meio de testes realizados no estado. Do domingo até esta sexta-feira, outros 624 testaram positivo.

Enquanto tantos profissionais precisaram ser afastados, também aumenta a demanda por atendimento, por causa da aceleração da variante ômicron. A procura por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por exemplo, aumentou 18% em uma semana.

Uma situação que desorganiza tudo nas unidades de saúde e deixa o atendimento mais precário. São mais de 1.800 pessoas internadas, nas redes pública e privada, precisando de cuidados.

O enfermeiro e técnico de enfermagem Paulo Williams Pereira diz que não se surpreendeu por pegar o novo coronavírus. Ele contou que a maioria dos profissionais com teste positivo está sem sintomas.

“É difícil a gente ter o controle. Mesmo com os números altos de profissionais se afastando, as estatísticas podem ser maiores, se todos puderem fazer a testagem. Está difícil”, disse.

Paulo trabalha em ambulâncias e também no Hospital Getúlio Vargas (HGV), na Zona Oeste do Recife. Atende pacientes com Covid desde o início da pandemia, em 2020.

Recentemente, chegou a fazer um plantão bem maior do que o normal para cobrir escalas alteradas por causa do afastamento de colegas. Pegou o novo coronavírus pela segunda vez e ainda está em casa.

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Novas restrições entram em Pernambuco, enfim, na ordem do dia

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Em meio à explosão de casos da variante Ômicron e diante da situação crítica na ocupação das UTIs para pacientes com síndrome respiratória aguda crônica, o governo do estado finalmente sinalizou mudanças na polêmica versão atual do Plano de Convivência com a Covid-19, que permite a realização de festas com até três mil pessoas. Em entrevista coletiva realizada ontem, o secretário de Saúde, André Longo, disse que o Gabinete de Enfrentamento antecipou para a próxima segunda-feira a discussão da necessidade de novas medidas, antes mesmo do encerramento da vigência do atual decreto, que vai vigorar, a princípio, até 14 de fevereiro.

A informação foi divulgada no mesmo dia em que o Comitê Científico do Consórcio Nordeste – entidade que reúne os estados da região e é presidida pelo governador Paulo Câmara – recomendou a proibição de festas e shows, além da suspensão do feriado de Carnaval.

“Pernambuco está, atualmente, entre os cinco estados com mais medidas de restrição no Brasil e é um dos poucos que exige, além do aporte vacinal, o exame negativo da Covid-19 para entrada em eventos. No entanto, é um fato inegável a aceleração da Ômicron e vamos aguardar a conclusão desta semana epidemiológica para analisar os dados de forma pormenorizada e tomar as decisões que se façam necessárias. Como sempre ressaltei, o governo do estado não vai hesitar em ampliar as medidas, caso os indicadores se imponham”, comentou.

Longo também disse que o estado está registrando, nos últimos três dias, um aumento nos óbitos, mas que as informações só poderão ser especificadas em números na semana que vem. De acordo com o gestor, na quarta semana epidemiológica deste ano, encerrada no sábado, Pernambuco teve, pela terceira vez seguida, uma nova desaceleração nos casos de Srag, causada pelo arrefecimento da epidemia da Influenza A. Entre os dias 23 e 29/01, foram registradas 842 notificações, redução de 15% em uma semana e 28% em 15 dias. No entanto, a aceleração da Ômicron já impacta nas solicitações de leitos. A central de regulação registrou na SE 4 650 pedidos por vagas de UTI – um crescimento de 18% em uma semana, mas redução de 4% em 15 dias.

O avanço da variante e a redução da Influenza ficam mais evidentes na positividade para coronavírus dos casos de Srag, que saiu de 20%, na semana ada, para 36% atualmente. Já a positividade geral, nas amostras analisadas pelo Lacen-PE, saltou de 37% para 51%. Enquanto isso, a positividade geral para Influenza, que já atingiu patamares de 60% no final do ano ado, está, agora, em apenas 2,6%.

Leitos

Longo também destacou que a Secretaria Estadual de Imunização (SES-PE), por determinação do governador Paulo Câmara, mantém os trabalhos para garantir a assistência para as pessoas que, porventura, precisem de atendimento hospitalar para as síndromes respiratórias. Desde o final do ano ado, já foram colocados em funcionamento 802 novos leitos, sendo 334 de UTI. Ainda serão abertas, nos próximos dias, outras 400 vagas, 196 de UTI. Inclusive, 30 serão pediátricas, sendo 20 de UTI no Hospital de Referência à Covid-19 – unidade Olinda.

“Mas só os esforços do governo não serão suficientes. Para frear a circulação viral, precisamos do engajamento de todos”, disse Longo.

Com mais 7.806 infectados por Covid, Pernambuco bate recorde de confirmações diárias em toda a pandemia

Teste de Covid-19 sendo realizado em Pernambuco — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Pernambuco confirmou, nesta quarta-feira (02) mais 7.806 casos da Covid-19 e 23 mortes provocadas pela doença. Com isso, o estado bateu o recorde de notificações diárias e pessoas infectadas em toda a pandemia, que começou em março de 2020.

Até então, os registros mais altos, em 24 horas, tinham sido feitos em 29 de janeiro de 2022, com 6.581 casos confirmados, e, em 9 de junho de 2021, com 6.487.

Dos casos confirmados nesta quarta, 100 (1,2%) são de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 7.706 (98,7%) são leves.

Com as novas confirmações, Pernambuco chegou a 712.083 casos da Covid, sendo 56.252 graves e 655.831 leves. Além disso, ocorreram, ao todo, 20.682 mortes no estado.

Pernambuco já havia ultraado na terça-feira (1º) a marca de 700 mil casos da Covid-19, após registrar, em 24 horas, 6.010 infectados pelo novo coronavírus. O número tinha sido o terceiro maior contabilizado desde o início da pandemia.

Os altos números de contágio em Pernambuco, segundo o estado, ocorrem por causa da aceleração da variante ômicron do coronavírus, que, segundo especialistas, é muito mais contagiosa que cepas anteriores.

As 23 mortes registradas no boletim desta quarta ocorreram entre o dia 14 de maio de 2021 e a terça-feira (1º).

Os casos do novo coronavírus estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha.

“Os detalhes epidemiológicos serão reados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde”, informou no boletim.

Dengue se espalha e pressiona serviços de saúde em 5 estados

Agência Estado

Em ao menos cinco estados, os casos de dengue têm aumentado no rastro do recente avanço da Covid-19. Em Minas Gerais, as infecções por dengue cresceram 94% em uma semana. Alagoas, Rio Grande do Sul, Tocantins e cidades do interior paulista também relatam alta.

Especialistas preveem que 2022, já marcado pelos recordes do coronavírus por causa da variante Ômicron, será um ano de maior incidência de dengue. Gestores alertam ainda para o risco de confusão nos diagnósticos, uma vez que há sintomas similares, como febre e dor no corpo.

Depois das chuvas, em menos de uma semana os casos de dengue praticamente dobraram em Minas. Em 20 de janeiro, a Secretaria de Saúde do Estado notificou 178 casos. Já no dia 26, o número subiu para 347: alta de 94%. Já os casos de chikungunya tiveram uma alta ainda maior, de 192%, ando de 27 para 79 no mesmo período. Houve ainda seis casos prováveis de zika no Estado, sem registro de óbito por essas doenças.

Conforme a coordenadora de Vigilância das Arboviroses da pasta, Danielle Capistrano, não está excluído o risco de epidemia no período sazonal da doença, que começou em dezembro e vai até junho. A gestora lembra que o elevado volume de chuvas, aliado à temperatura alta, pode ter aumentado os focos de criadouros do mosquito transmissor, Aedes aegypti.

Segundo ela, Minas teve ciclos epidêmicos de dengue a cada três anos, desde 2010, sendo o último em 2019. Um novo período de alta nos casos pode acontecer em 2022, por isso a necessidade de se manter o alerta. O governo deve rear R$ 40 milhões aos municípios para ações de controle.

Em Alagoas, os casos subiram de 65 em dezembro para 119 em janeiro.

– Com as chuvas, os mosquitos encontram mais pontos de água parada, onde se reproduzem, o que impacta nos índices de infestação nos municípios, informou a Secretaria de Saúde local.

Como dengue e Covid têm sintomas parecidos, a pasta recomenda que, em caso de febre, dores no corpo e de cabeça, deve ser procurado atendimento médico, pois as duas doenças são graves.

Conforme a pesquisadora da Fiocruz Claudia Codeço, a infecção pela Covid não evita que a pessoa tenha também a dengue, mas representa risco maior para os que estão infectados.

– Esses vírus estão circulando pelos mesmos locais, o que pode gerar dificuldade de diagnóstico e de tratamento oportuno das pessoas, tanto na covid, quanto na dengue. Vai ter impacto em ambas, pois são doenças cuja eficácia no tratamento depende de um diagnóstico o mais oportuno possível, diz.

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Especialistas criticam burocracia e avisos dúbios de alguns municípios brasileiros sobre vacinação infantil

Vacinação de crianças em Salvador, onde pais devem  um termo de assentimento para que os filhos possam ser imunizados Foto: Agência O Globo/15-01-2022

Mesmo diante da alta dos casos de Covid entre crianças e da maior exposição aos riscos oferecida pela volta às aulas, alguns municípios brasileiros têm criado obstáculos para a vacinação infantil. A exigência de termos de consentimento dos pais, praticada em algumas cidades e sem precedentes no programa brasileiro de imunização, é vista como desnecessária e danosa por especialistas.

Secretarias municipais de Saúde como as de Lagoa Santa (MG), Japeri (RJ), ou até a capital baiana, Salvador, exigem algum termo de responsabilidade dos pais, mesmo eles estando presentes no momento da imunização. Além disso, o próprio Ministério da Saúde publicou recomendação para que as famílias procurem médicos antes da encaminhar os filhos à vacinação.

— O problema é que isso gera dúvida sobre a vacinação em alguns pais. Eles ficam receosos, acabam hesitando, não preenchem e não vacinam. Além disso, atrasa a fila, burocratiza o processo. E uma das maneiras de dificultar alguma coisa é, justamente, criar dúvidas e burocracias, afirma o infectologista e pediatra Filipe da Veiga.

Em Salvador, é exigida a de um “formulário com ‘termo de assentimento dos pais’”. Caso não sejam conduzidas pelo pai e mãe, as crianças devem chegar aos postos vacinação com o termo “preenchido, com , e impresso, mais uma cópia do documento de pai e mãe que assinou o formulário”.

Já no site de Lagoa Santa, entre os documentos solicitados, a informação é que “é necessário que o responsável legal assine o termo de consentimento para a imunização disponível nas salas de vacinação”. Procurada, a Secretaria de Saúde da cidade informou que o termo de autorização é solicitado quando o responsável está ausente no momento da vacinação e, para os presentes, “é necessário somente a concordância com a vacinação da criança”.

Medida inédita

Mesmo a exigência de uma autorização quando a criança for levada por uma pessoa que não é seu responsável legal é alvo de críticas. A epidemiologista Carla Domingues, que coordenou o Programa Nacional de Imunizações (PNI) de 2011 a 2019, afirma que essa exigência nunca foi feita para outras vacinas dadas a essa faixa etária.

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